Divisão de código com importações dinâmicas no Next.js

Como acelerar seu app Next.js com divisão de código e estratégias de carregamento inteligentes.

O que você aprenderá?

Esta postagem explica os diferentes tipos de divisão de código e como usar importações dinâmicas para acelerar seus apps Next.js.

Divisão de código baseada em rota e em componente

Por padrão, o Next.js divide seu JavaScript em partes separadas para cada rota. Quando os usuários carregam seu aplicativo, o Next.js envia apenas o código necessário para a rota inicial. Quando os usuários navegam pelo aplicativo, eles buscam os blocos associados às outras rotas. A divisão de código baseada em rota minimiza a quantidade de script que precisa ser analisada e compilada de uma vez, o que resulta em tempos de carregamento da página mais rápidos.

Embora a divisão de código baseada em rota seja um bom padrão, você pode otimizar ainda mais o processo de carregamento com a divisão de código no nível do componente. Se você tiver componentes grandes no app, é uma boa ideia dividi-los em partes separadas. Dessa forma, todos os componentes grandes que não são essenciais ou renderizam apenas em determinadas interações do usuário (como clicar em um botão) podem ser carregados com atraso.

O Next.js oferece suporte a import() dinâmico, que permite importar módulos JavaScript (incluindo componentes do React) de forma dinâmica e carregar cada importação como um bloco separado. Isso permite a divisão de código no nível do componente e permite controlar o carregamento de recursos para que os usuários façam o download apenas do código necessário para a parte do site que eles estão visualizando. No Next.js, esses componentes são renderizados do lado do servidor (SSR, na sigla em inglês) por padrão.

Importações dinâmicas em ação

Esta postagem inclui várias versões de um app de exemplo que consiste em uma página simples com um botão. Ao clicar no botão, você vê um filhote de cachorro fofo. À medida que você avança em cada versão do app, vai notar como as importações dinâmicas são diferentes das importações estáticas e como trabalhar com elas.

Na primeira versão do app, o cachorrinho mora em components/Puppy.js. Para exibir o filhote na página, o app importa o componente Puppy em index.js com uma instrução de importação estática:

import Puppy from "../components/Puppy";

Para saber como o Next.js agrupa o app, inspecione o trace de rede no DevTools:

  1. Para visualizar o site, pressione View App. Em seguida, pressione Fullscreen tela cheia.

  2. Pressione "Control+Shift+J" (ou "Command+Option+J" no Mac) para abrir o DevTools.

  3. Clique na guia Rede.

  4. Marque a caixa de seleção Desativar cache.

  5. Recarregue a página.

Quando você carrega a página, todo o código necessário, incluindo o componente Puppy.js, é agrupado em index.js:

Guia "Rede" das Ferramentas do desenvolvedor mostrando seis arquivos JavaScript: index.js, app.js, webpack.js, main.js, 0.js e o arquivo dll (biblioteca de link dinâmico).

Quando você pressiona o botão Click me, apenas a solicitação do JPEG do filhote de cachorro é adicionada à guia Network:

Guia "Network" do DevTools após o clique do botão, mostrando os mesmos seis arquivos JavaScript e uma imagem.

A desvantagem dessa abordagem é que, mesmo que os usuários não cliquem no botão para ver o filhote, eles precisam carregar o componente Puppy porque ele está incluído em index.js. Nesse pequeno exemplo, isso não é um problema, mas em aplicativos reais, muitas vezes é uma grande melhoria carregar componentes grandes apenas quando necessário.

Agora confira uma segunda versão do app, em que a importação estática é substituída por uma importação dinâmica. O Next.js inclui next/dynamic, o que possibilita o uso de importações dinâmicas para qualquer componente no Next:

import Puppy from "../components/Puppy";
import dynamic from "next/dynamic";

// ...

const Puppy = dynamic(import("../components/Puppy"));

Siga as etapas do primeiro exemplo para inspecionar o trace de rede.

Quando você carrega o app pela primeira vez, apenas index.js é transferido por download. Dessa vez, ele é 0,5 KB menor (foi de 37,9 KB para 37,4 KB) porque não inclui o código do componente Puppy:

A rede das Ferramentas do desenvolvedor mostrando os mesmos seis arquivos JavaScript, exceto index.js, que agora tem 0,5 KB a menos.

O componente Puppy agora está em um bloco separado, 1.js, que é carregado apenas quando você pressiona o botão:

Guia "Network" das Ferramentas do desenvolvedor após o clique no botão, mostrando o arquivo 1.js adicional e a imagem adicionada à parte de baixo da lista de arquivos.

Em aplicativos reais, os componentes geralmente são muito maiores, e o carregamento lento deles pode reduzir o payload inicial do JavaScript em centenas de kilobytes.

Importações dinâmicas com indicador de carregamento personalizado

Ao carregar recursos de forma lenta, é recomendável fornecer um indicador de carregamento caso haja atrasos. No Next.js, é possível fazer isso fornecendo um argumento extra para a função dynamic():

const Puppy = dynamic(() => import("../components/Puppy"), {
  loading: () => <p>Loading...</p>
});

Para conferir o indicador de carregamento em ação, simule uma conexão de rede lenta nas Ferramentas do desenvolvedor:

  1. Para visualizar o site, pressione View App. Em seguida, pressione Fullscreen tela cheia.

  2. Pressione "Control+Shift+J" (ou "Command+Option+J" no Mac) para abrir as Ferramentas do desenvolvedor.

  3. Clique na guia Rede.

  4. Marque a caixa de seleção Desativar cache.

  5. Na lista suspensa Limitação, selecione 3G rápido.

  6. Pressione o botão Clique em mim.

Agora, quando você clicar no botão, levará um tempo para carregar o componente, e o app vai mostrar a mensagem "Carregando...".

Uma tela escura com texto

Importações dinâmicas sem SSR

Se você precisar renderizar um componente apenas no lado do cliente (por exemplo, um widget de chat), defina a opção ssr como false:

const Puppy = dynamic(() => import("../components/Puppy"), {
  ssr: false,
});

Conclusão

Com suporte a importações dinâmicas, o Next.js oferece a divisão de código no nível do componente, que pode minimizar os payloads JavaScript e melhorar o tempo de carregamento do aplicativo. Todos os componentes são renderizados no servidor por padrão. Essa opção pode ser desativada sempre que necessário.